Seja bem-vindo(a) ao Site da Paróquia São Sebastião de Bela Vista de Minas (MG)

20 de agosto de 2025 . Acesse nossas Redes Sociais

Palavra do Padre
GUSTAVO DA SILVA ALVES

MÊS DE agosto de 2025
Compartilhar
Somos todos vocacionados

Caros amigos e amigas, especialmente vocês catequistas:

A graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo vos encontrem felizes e animados na missão para a qual Ele vos chama e confia.

Iniciamos mais um mês. Agosto é, na pedagogia da Igreja, o Mês Vocacional, assim como junho o é do Coração de Jesus e setembro, o mês da Bíblia. Somos chamados à vida pelo nascimento e, ao discipulado, pela vocação. Contudo, deve estar sempre muito claro, que a primeira vocação de todos é o chamado à santidade. Sede Santos é um chamado bíblico, frequentemente encontrado no Antigo e Novo Testamento. “Dirás a toda a assembleia de Israel o seguinte: sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo.” (Lev 19, 1-2). “A exemplo da santidade, daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (Lev 11, 44 e 1Pd 1, 15-16)”. A Igreja também no-lo pede. (Cf LG 39-42)

Portanto, somos todos vocacionados: leigos (as), religiosos (as), diáconos e presbíteros. De fato, não apenas chamados, mas também enviados. Deus não precisa de conselheiros ou de assistentes; ele necessita de todos e envia todos para a missão. Não há lugar para preguiçosos ou omissos. Para Deus, todos são importantes. Valorizemo-nos. Tudo o que temos de bom, em tese, recebemos do Criador. Cabe-nos, portanto, render os frutos devidos e desejados.

A temática do Mês Vocacional deste ano de 2025 é inspirada na mensagem do saudoso Papa Francisco para a 61º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, celebrado no ano passado: “Peregrinos porque chamados” e o lema: “A esperança não decepciona porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações” (Rm 5,5). Eles nos convidam a redescobrir o dom de cada vocação e a refletir a beleza de, como peregrinos, partilhando os diversos dons e carismas, sermos sinais de esperança e de paz para todos.

Os dons têm, como seu primeiro destinatário, a paróquia – âmbito dos fiéis – lugar em que se partilha a fé e onde essa pode crescer graças à colaboração e a contribuição que cada um faz. A paróquia é como a comunidade dos discípulos, em Jerusalém. Os discípulos de Emaús regressam às pressas para transmitir o que experimentaram no encontro com Jesus ao longo do caminho. Como nos relata o Evangelho de Lucas, Cléofas e o seu companheiro encontram “reunidos os onze e todos os outros, que lhes disseram: ‘É verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!’ E eles contaram o que lhes tinham acontecido quando iam pelo caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão” (Lc 24,33-35). Em outras palavras, os peregrinos encontram a comunidade a proclamar a sua fé. A esta proclamação feita por todos (quase um Credo), eles acrescentam a sua experiência subjetiva, que confirma o que a comunidade buscava, ao mesmo tempo, em que a experiência é confirmada.

A paróquia deverá ser cada vez mais uma verdadeira escola vocacional: lugar que chama e onde vamos experimentando o “sermos chamados para toda a vida”, mas também, lugar onde se vive responsavelmente o chamado do outro e onde alguém se faz crente e adulto na fé.

A oração é fundamental para uma genuína animação vocacional, mas não como álibi que dispense de pensar em outras coisas, sobretudo nas responsabilidades próprias a este respeito. A oração vocacional acontece quando passamos horas de adoração para pedir a graça das vocações para o Seminário, mas também acontece quando cada um se dispõe a assumir a atitude correta, ou seja, a atitude de responsabilidade, unida a uma atuação pessoal. Deste modo, e sendo rigoroso, nem todos podem rezar pelas vocações. Somente aqueles que vivem realmente a sua vocação pessoal, os chamados, aqueles que aceitam ser pessoas que chamam, convidam, rezam.

Contudo, configurados a Cristo pela fé e pelo batismo no Espírito Santo, somos convidados a viver e partilhar dessa fé no seio da Igreja-comunidade que nos gerou nas águas batismais, nos marcou com a Unção Sagrada e nos alimentou na Mesa Santa da Eucaristia – sacramentos da iniciação cristã.

Pe. Gustavo da Silva Alves
Pároco