Caros paroquianos,
Nesse mês a liturgia da Igreja inicia suas celebrações com a festa de todos os santos. Esses se santificaram seguindo a Jesus Cristo, o Senhor e Rei do Universo e da História, dentro das suas condições humanas de sobrevivência. Cada santo, homem ou mulher, criança ou adulto, pobre ou rico, negro, branco ou de qualquer raça e etnia, se destacaram para a Igreja e para a sociedade através de um assumir sua condição humana, em meio a dificuldades e limitações que encontraram na sua coragem e determinação uma realidade concreta de superação e vitória sobre o pecado.
Hoje também, muitas pessoas se tornam santas sem que o mundo perceba. Na festa de Todos os Santos, a Igreja não pretende lembrar somente os Santos conhecidos e oficialmente canonizados, mas também todos aqueles que estão no céu, todos aqueles cuja santidade só Deus conhece. A porta da santidade está aberta para todos os que acolhem a Palavra de Deus e a põem em prática. Lembremos que a vocação à santidade é para todos: “sede santos como o Pai do céu é santo”.
No dia seguinte, a liturgia reserva aos defuntos a memória celebrada que visa mostrar não só o destino natural biológico de todo ser humano, mas sobretudo ressaltar que a morte foi vencida pela vida, ou seja, que a Ressurreição de Cristo abriu a todos as portas da ressurreição. Essa realidade teológica nos enche de esperanças para não só aliviarmos as dores das saudades daqueles que amamos e que já partiram de nosso convívio, como também nos incluirmos no convívio eterno com nosso Criador, que nos destina a eternidade como o lugar da realização da felicidade plena.
Mesmo sendo um dia em que nossa sensibilidade, de um modo coletivo assimila uma tristeza por conta das nossas razões psicológicas em lidarmos com a separação e perda, a certeza da eternidade e da acolhia por Deus, transforma a celebração dos defuntos em celebração da esperança e da alegria ao nos reconfirmar que Cristo nos abriu com sua Ressurreição a possibilidade de também ressuscitarmos com Ele, recordando-nos que todos os viventes um dia, de acordo com o desejo do Criador, a Ele se juntarão.
Enfim, o mês de novembro termina com a celebração da solenidade Daquele que coroa toda a vida da liturgia, o princípio e o fim da nossa razão de celebrarmos a glória de Deus: Jesus Cristo o Rei do Universo. Esta solenidade marca o fim de um ano litúrgico e ao mesmo tempo abre um novo ano para a liturgia, reconhecendo em Jesus Cristo a centralidade da vida litúrgica e da história humana. E assim, marcamos com o início de um novo ano litúrgico a cristocentralidade do nosso celebrar, a partir das próprias colocações do mestre que nos afirma: “Eu sou o caminho a verdade e a vida, o princípio e fim de todas as coisas”. Novembro: chamados a sermos santos, conformando-nos a Cristo Senhor Rei do Universo.
Que Maria, a Mãe da Esperança, seja nossa guia!
Pe. Gustavo da Silva Alves
Pároco