“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso” (Mt 25,31).
Caros amigos e amigas,
Nesse mês, a liturgia da Igreja inicia suas celebrações com a Solenidade de Todos os Santos. Esses se santificaram seguindo a Jesus Cristo, o Senhor e Rei do Universo e da História, dentro das suas condições humanas de sobrevivência. Cada santo, homem ou mulher, criança ou adulto, pobre ou rico, negro, branco ou de qualquer raça e etnia, se destacou para a Igreja e para a sociedade através da superação de suas limitações humanas e o cumprimento de sua vocação cristã: “ser santo como o Pai do Céu é santo” (cf. Mt 5,48).
No dia seguinte, a liturgia reserva a Comemoração de todos os Fiéis Defuntos que visa mostrar não só o destino natural de todo ser humano, mas sobretudo, ressaltar que a morte foi vencida pela vida, ou seja, a Ressurreição de Cristo abriu para todos as portas da ressurreição. Nele, somos convidados a olhar com mais profundidade para o Mistério da vida, da morte e da santidade, recordando que, mesmo em meio às perdas, Deus não nos abandonou. Somos sustentados por uma promessa: a vida venceu a morte. Essa realidade teológica nos enche de esperança para não só aliviarmos a dor da saudade daqueles que amamos e que já partiram do nosso convívio, como também nos incluirmos no convívio eterno com nosso Criador, que nos destina a eternidade como o lugar da realização da felicidade plena.
O Papa Paulo VI, na “Constituição das Indulgências”, de 1967, estabeleceu indulgências parciais e plenárias pelas almas do purgatório, e determinou a semana de 1 a 8 de novembro como a Semana das Almas, em que podemos lucrar indulgências plenárias a elas mediante uma visita ao cemitério para rezar por elas, tendo se confessado, comungado e rezado pelo Papa (Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai). As almas, por elas mesmas não podem conseguir sua purificação; dependem de nossas orações, missas, esmolas, penitências, etc.
Mesmo sendo um dia em que nossa sensibilidade, de um modo coletivo, assimila tristeza por conta das nossas razões psicológicas em lidarmos com a separação e a perda, a certeza da eternidade e da acolhida por Deus, transforma a celebração dos Fiéis Defuntos em celebração da esperança e da alegria, ao nos reconfirmar que Cristo nos abriu, com sua Ressurreição, a possibilidade de, também, ressuscitarmos com Ele, recordando-nos que todos os viventes um dia, de acordo com o desejo do Criador, a Ele se juntarão.
Em comunhão com Jesus Cristo, nosso Rei, somos participantes do seu Reino onde não haverá choro e injustiças, mas sim, a fraternidade e o amor incondicional, quando seremos reconhecidos à imagem e semelhança de Deus.
Que nesse mês nos preparemos bem para o Dia Mundial do Pobre e que cheguemos com a consciência tranquila na festa de Cristo Rei, celebrando nossa fé e a certeza da pertença ao Reino de Deus.
No último domingo do mês, celebraremos o primeiro Domingo do Advento, iniciando um novo Ciclo Litúrgico. Com ele, reacendemos a esperança e preparamos o coração para acolher o Deus que vem ao nosso encontro.
Que Nossa Senhora da Glória, a Rainha do céu e da Igreja, nos cubra com sua benção e ternura e sejamos fiéis seguidores de seu Filho Jesus que deu sua vida em resgate de toda a humanidade. Que cheguemos à sua glória no final da nossa vida terrena.
Abraço fraterno!
Pe. Gustavo da Silva Alves
Pároco