Chegando ao final de mais um ano, o mês de dezembro é naturalmente focado na preparação do Natal, que celebra o nascimento de Jesus, mas também na Imaculada Conceição de Maria, nascida sem pecado, pura e única entre as mulheres. As semanas do ADVENTO representam para nós cristãos um dos períodos de maior meditação espiritual, em vista da renovação do Salvador, e oferecem numerosas ocasiões para a oração comum com a família e outros fiéis.
Com todo o seu simbolismo o Natal é celebrado com alegria, esperança e votos de felicidades. Entre os cristãos é celebrado com fé, gratidão e certeza de que somos amados por Deus. Por isso, como a Celebração do Natal é a realização concreta do amor de Deus pela humanidade, neste mês quero refletir com vocês sobre este amor.
“Deus é amor” é a definição mais correta e mais profunda de Deus. O ser de Deus, a sua essência é o amor. São João Apóstolo diz: “quem não ama, não conhece Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4,8). Só O experimenta quem ama de verdade e sinceramente. Seu amor é abundante, transborda, extrapola, não tem medida.
Deus ama a todos indistintamente, e não coloca condições para nos amar. Ele nos ama apesar de nossas fraquezas e infidelidades, e nos ama do jeito que somos. “Ele faz nascer o sol sobre maus e bons e faz descer a chuva sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Fomos criados por Deus por amor e para o amor. Fomos criados para amar. “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4,7). Deus nos ama com infinito amor desde sempre, mas com frequência nós nos mostramos incapazes de responder com o mesmo amor. “Quando Israel era um menino, eu o amei e do Egito chamei o meu filho. Quanto mais eu os chamava, mais se afastavam da minha face: sacrificavam aos baais e incensavam as imagens escupidas” (Os 11,1- 2). Deus é fiel e reafirma esse amor mesmo quando foi quebrada a harmonia do paraíso com o primeiro pecado; providenciou uma vestimenta para o homem, quando ele recusou o seu amor.
O amor de Deus é um amor solidário e de compaixão. “Eu mesmo buscarei minhas ovelhas e delas tomarei conta, procurarei aquela que se perder, trarei de volta aquela que se desgarrar, curarei a que se machucar, fortalecerei a que estiver fraca” (Ez 34, 11.16).
Ele nos conhece pelo nome, nós somos dele. “Agora, porém, assim diz Javé, aquele que criou vocês, Jacó, aquele que formou você, ó Israel: Não tenha medo, porque eu o redimi e o chamei pelo nome; você é meu” (Is 43,1).
Diante de tanto egoísmo, individualismo e ganância, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor. Diante da idolatria do mercado, em que tudo é determinado pelo econômico e pelo lucro, em que há uma exaltação do ter em prejuízo do ser, e um consumismo, em que se gasta por gastar, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor. Diante de um indiferentismo religioso e humano, em que a vida humana é ridicularizada e banalizada, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor.
Sejamos sinais do amor de Deus que redime, transforma e salva, todos os homens e mulheres, assim a nossa vida será um eterno Natal.
Deus desceu do céu e veio morar entre nós! A Palavra Viva, Jesus Cristo “se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho único, cheio de graça e verdade” (Jo1,14).
Que o amor de Deus nos anime na vida e na missão. E que ele abençoe a todos no seu amor de Pai.