Caros amigos e amigas;

Iniciamos o mês da Bíblia. Neste ano somos convidados a mergulhar na Carta do Apóstolo Paulo aos Romanos, um dos textos mais densos e inspiradores do Novo Testamento. O lema é extraído de Rm 5,5: “A esperança não decepciona”, nos levando a aprofundar a temática do Ano Santo da Encarnação de Nosso Jesus Cristo (há 2.025 anos): “Peregrinos de Esperança”.

Na Carta aos Romanos encontramos temas importantes para a vida na fé: a graça que nos salva, o cuidado com os necessitados e a esperança que não decepciona. O Ano Jubilar é um momento propício para intensificar a oração, promover a reconciliação e peregrinar até os lugares sagrados, como os Santuários e as Basílicas, com o objetivo de celebrar a fé e proporcionar uma tomada de consciência sobre o próprio itinerário espiritual.

A Carta aos Romanos parece ter uma finalidade bem precisa. Os temas teológicos tratados e o debate com o judaísmo mostram que Paulo está preocupado em corrigir falsas interpretações a respeito de sua evangelização entre os pagãos, provavelmente levadas a Roma por judeus e por cristãos judaizantes (Rm 16,17-18).

Interessante que o Apóstolo expõe de maneira serena, ordenada e aprofundada, a doutrina que já havia exposto de modo polêmico na carta aos Gálatas: a gratuidade da salvação pela fé. Ele mostra que só Deus pode salvar e que ele salva não apenas os judeus, mas toda a humanidade destruída pelo pecado, por meio de Jesus Cristo.

A oração em comum alcança toda sua eficácia quando está intimamente ligada à oração pessoal. Oração pessoal e comunitária, de fato, estão estreitamente relacionadas e são complementares entre si. Tanto para a oração pessoal, como para a oração comunitária, valem as palavras do Senhor: “Orai sempre, sem cessar” (Lc 18, 1).

“Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração.” (Rm 12,12). Viver a espiritualidade significa, antes de tudo, partir da pessoa de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, presente na Palavra, a primeira fonte de toda a vida espiritual cristã. A santidade não é concebível senão a partir de uma renovada escuta da Palavra de Deus.

Neste sentido, a Lectio Divina nos ajuda com passos definidos a guardar a Palavra e a colocá-la em nossas vidas, a fim de sustentar um relacionamento pessoal com o Deus Vivo e com sua vontade salvífica e santificadora. Por meio da Lectio Divina, a Palavra pode ser transferida para a vida, iluminando-a com a sabedoria do Espírito Santo.

A contemplação é adentrar no mistério de Cristo. Santa Teresa d’Ávila a resume com estas palavras: “Outra coisa não é, a meu parecer, oração mental, senão tratar de amizade – estando muitas vezes tratando a sós – com quem sabemos que nos ama.” (CIC, 2709)

Contudo, deixemos que a Palavra de Deus ilumine a nossa vida e nos recorde que a esperança cristã se expressa em gestos concretos de acolhida e serviço. Fortalecidos e animados por essa certeza, renovemos nosso compromisso com o Evangelho e sejamos sinais vivos da presença de Deus no mundo. Que este mês de setembro, seja para cada um de nós, tempo de conversão e renovação espiritual!

Abraço fraterno,

Pe. Gustavo da Silva Alves
Pároco